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Palestra I – Mobilidade sustentável em grandes metrópoles: desafios para a realidade latino-americana

Com as transformações tecnológicas e nas políticas urbanas, as cidades, conforme cresceram, foram gradativamente cedendo mais espaço para modos de transporte individuais e altamente dependentes de combustíveis fósseis. Ao longo do século XX, isso trouxe importantes impactos ambientais, paisagísticos e sociais, levando alguns países a repensarem suas políticas de mobilidade urbana. Este fenômeno se acelerou de maneira tardia nas principais cidades latino-americanas, contudo, ainda que num cenário de forte caráter rodoviarista, já se observam iniciativas na direção de formas alternativas e ativas de mobilidade sustentável, com atenção para outros elementos que não apenas de infraestruturas e tecnologias – mas principalmente a dimensão humana das mobilidades (sustentabilidade social e mobilidade justa). A emergência de movimentos em torno do uso da bicicleta em grandes cidades é um exemplo destas tensões e possibilidades. Assim, nesta palestra, serão discutidas questões sobre mobilidades nas grandes metrópoles, incluindo desafios, limitações e perspectivas técnicas, políticas e sociais associadas à transformação de padrões estruturais de mobilidade característicos da América Latina. Será destacado o caso de Buenos Aires (Argentina), na perspectiva de se agregarem, de maneira comparativa e por uma visão ampla sobre mobilidades, elementos para discussão e ação nas cidades brasileiras.

Palestrante: Dhan Zunino Singh (Univ. Nacional de Quilmes/CONICET – Argentina)

Debatedor: Thiago Allis (USP)

Data: Segunda-feira (2/out) - 14h às 17h

Centro de Pesquisa e Formação - SESC/SP (Rua Dr. Plínio Barreto, 285 - Bela Vista, São Paulo/SP)

Informações e inscrições: centrodepesquisaeformacao.sescsp.org.br 

 

 

Dhan Zunino Singh é pesquisador associado pelo Conselho Nacional de Pesquisas Científicas e Técnicas (CONICET), junto à Universidade Nacional de Quilmes, no Centro de História Intelectual. Tem formação em sociologia e história, com pesquisas história cultural das mobilidades urbanas, sociologia urbana e história dos transportes, tendo Buenos Aires como uma das principais referências de estudo.

 

Thiago Allis é bacharel em Turismo pela Universidade de São Paulo (2004), Mestre em Integração da América Latina pela Universidade de São Paulo (2006) e Doutor em Arquitetura e Urbanismo, na Área de Planejamento Urbano e Regional (FAU-USP), com interesse nos assuntos ligados ao turismo, ao planejamento do turismo, ao turismo urbano e às mobilidades turísticas. Atualmente é docente do Curso de Lazer e Turismo, da EACH-USP. Em 2012, foi Professor Visitante na Universidade Nacional Timor Lorosa'e (Timor Leste), junto ao Departamento de Comércio e Turismo

 

 

 

Palestra II – Geografias e geopolíticas populares: imagens e representações do Outro

Desde os registros visuais etnográficos coloniais já havia predileção por imagens reducionistas, estereotipadas e degradantes das populações nativas, seus hábitos, sua cultura e seus espaços, por meio de códigos que relacionavam e hierarquizavam corpos e paisagens. De lá para cá, ampliaram-se os meios de reprodução, arquivamento e transmissão de imagens. A apresentação lançará atenção, assim, a filmes videoclipes, séries, telenovelas e outros produtos audiovisuais que, além de conformarem certa “geografia pop” – um conjunto de narrativas e discursos sobre diversos espaços e ligadas às culturas e às mídias de massa –, mantêm antigas e eurocêntricas representações binárias entre natureza e cultura, trópicos e civilização, o eu e o Outro, o que delas revela e a elas confere intencionalidades e contornos geopolíticos

Palestrante: Leo Name (UNILA)

Debatedora: Maria Alice de Faria Nogueira (UFRJ/Estácio)

Data: Terça-feira (3/out) - 14h às 17h

Centro de Pesquisa e Formação - SESC/SP (Rua Dr. Plínio Barreto, 285 - Bela Vista, São Paulo/SP)

Informações e inscrições: centrodepesquisaeformacao.sescsp.org.br 

 

Leo Name possui graduação em Arquitetura e Urbanismo pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (2000), Especialização em Sociologia Urbana pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ, 2002) e Mestrado e Doutorado em Geografia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (2004 e 2008, respectivamente). Atualmente é Professor Adjunto da Universidade Federal da Integração Latino-Americana (UNILA), no Curso de Arquitetura e Urbanismo (CAU-UNILA) e no Programa de Pós-Graduação em Literatura Comparada (PPGLC-UNILA). É líder do grupo de pesquisa ¡DALE! – Decolonizar a América Latina e seus Espaços. Sua produção é nas áreas de cultura urbana e cultura midiática, paisagem e paisagismo, valorizando proposições emancipadoras – tais como a ecologia política, a soberania e a segurança alimentares, a justiça ambiental, o combate ao racismo ambiental, o “buen vivir” e os feminismos decoloniais.

 

Maria Alice de Faria Nogueira é Doutora em História, Política e Bens Culturais, no Cpdoc/FGV-RJ e Mestre em Comunicação Social pela PUC-Rio (2010). Possui graduação em Publicidade e Propaganda (1986) e Jornalismo (2006) pela PUC-Rio e MBA em Management (2001), pela EPGE/FGV-RJ. Atua como Professora Substituta na Escola de Comunicação Social (ECO) da UFRJ e na Graduação em Publicidade e Propaganda da Universidade Estácio de Sá (UNESA). Faz parte do corpo docente do curso de Pós-Graduação em Comunicação e Marketing em Mídias Digitais, na UNESa. Também dá aula na Pós-Graduação em Comunicação e Marketing para Moda, no Istituto Europeo de Design (IED RJ). Suas áreas de interesse incluem marketing global, publicidade e propaganda, antropologia do consumo, comportamento do consumidor, sociologia das mobilidades e história da propaganda brasileira.

 

 

Minicurso: Turismo de Base Comunitária em Favelas

Historicamente elaboradas como áreas de risco, pobres e violentas, entre os anos 90 e 2000, as favelas do Rio de Janeiro passaram a ser elaboradas também como turísticas. Se em um primeiro momento, as visitas foram consideradas polêmicas e apelidadas de “safari da pobreza” ou “zoológico de pobres”; mais tarde, o Estado passou a reconhecer essas áreas como atrativos e estimular a comercialização das favelas, em especial, no contexto dos megaeventos. Neste sentido, o turismo tornou-se uma política pública que acompanhou outros programas governamentais como o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e o Morar Carioca, e as Unidades de Polícia Pacificadora (UPP). Consultores, analistas e técnicos foram contratados para realizar estudos de potencialidades e capacitações para moradores de favelas empreenderem, dentre outras áreas, no turismo, que se expandiu e atravessou as fronteiras da zona sul, chegando ao centro, zona norte e zona oeste da cidade, em menores proporções. Ao mesmo tempo que se espalhou, esse turismo especializou-se e diferenciou-se. O turista passou a encontrar as mais diversas experiências em favelas, desde a gastronomia local, museus, galeria de arte, albergues e hospedagens mais luxuosas, até às festas e a volta de seletos bailes funk, que passaram a reunir cariocas e turistas em espaços mais elitizados e caros. Algumas favelas passaram a ver nessa expansão / transformação um problema. A valorização econômica da favela passou a atingir aqueles que não conseguiam mais se manter neste local e acompanhar as mudanças. Apareceram os mais diversos movimentos de resistência, desde aqueles que vão contra o turismo em favelas, aos que querem fazer parte, mas a seu modo. Neste contexto, propostas de turismo de base comunitária ganharam força no discurso local como alternativa ao turismo de massa. Diante deste breve histórico e tendo como referencial teórico o Paradigma das Novas Mobilidades (Sheller e Urry, 2006, 2016) e o fenômeno da traveling favela (Freire-Medeiros, 2013), a proposta deste curso prover uma compreensão do turismo de base comunitária em favelas, a partir de casos empíricos, abordando os efeitos, dilemas, desafios e perspectivas futuras de grupos de moradores engajados no turismo em favelas no Rio de Janeiro e em São Paulo.

Responsável: Camila Maria dos Santos Moraes (UNIRIO)​

02/10 (19h-21h30)         Turismo em favelas: contexto internacional e suas origens no Brasil

05/10 (19h-21h30)         Turismo de Base Comunitária em Favelas  

07/10 (9h-13h)                 Visita a Paraisópolis

A visita a Paraisópolis está condicionada à participação nos dois dias de formação (2 e 5/out), que ocorrerão no Centro de Pesquisa e Formação, localizado à Rua Dr. Plínio Barreto, 285 - Bela Vista, São Paulo/SP. Todas as atividades do mini-curso são gratuitas.

Informações e inscrições: centrodepesquisaeformacao.sescsp.org.br

Camila Maria dos Santos Moraes é Professora do Departamento de Turismo e Patrimônio da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO) e coordenadora do Observatório do Turismo em Favelas da UNIRIO. Camila Moraes possui graduação em Turismo pela UNIRIO, pós-graduação em Sociologia Urbana pela UERJ e mestrado em Ciências Sociais pela mesma universidade. Em seu doutorado no CPDOC / FGV-RJ, sob orientação de Bianca Freire-Medeiros, realizou estágio no Centre For Mobilities Research / Lancaster University no Reino Unido, onde foi recebida por John Urry e Monika Buscher, o que direcionou suas pesquisas para a interpretação da expansão e segmentação do turismo em favelas sob o Paradigma das Novas Mobilidades. Na graduação em turismo ministra as disciplinas de teoria do turismo e métodos e técnicas de pesquisa em turismo. Em nível de pós-graduação, tem procurado debater as questões pertinentes ao ecoturismo em ambiente urbano.

 

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