Os empreendedores coreanos são protagonistas no processo de construção simbólica, ou seja, nas marcas que são deixadas nos espaços com significados para a comunidade. Eles são os proprietários de cafés, restaurantes, mercados, centros de cultura, associações que através de sua cultura mudam a paisagem do bairro.
No caso do Bom Retiro, recentemente, as bakeries passaram por reformas ou empreendedores abriram novos espaços aumentando a concorrência no entorno com aproximadamente dezesseis cafés coreanos. Isso se deve em grande medida, à migração de parte dos coreanos das atividades de confecção para outros ramos de negócio.


Na contemporaneidade - crescentemente - o ato de "mover-se" faz parte do cotidiano das pessoas, sendo elas turistas ou não. A mobilidade, assim como, a imobilidade representam aqueles ou aquelas que se movimentam em ritmo frenético ou os que não podem sair do lugar. Ambas situações podem ser representadas pelos turistas e os migrantes.
Se por um lado, os turistas desejam conhecer cada vez mais lugares e usufruem de meios de transporte e comunicação que facilitam esse processo, por outro, muitos centros urbanos estão em busca da receita gerada com o turismo. E assim, transformam suas cidades em verdadeiros oásis para atrair o maior número de turistas.
Os migrantes se encontram numa categoria diferente dentro das vidas móveis. Muitos, não podem mover-se e são confinados em campos de refugiados ou cercados por muros e cercas de arame. No entanto, a maioria são imóveis pelas situações econômicas precárias ou movimentam-se lentamente, sem um destino certo como os "vagabundos" de Bauman.
As fronteiras - às vezes - são invisíveis para alguns migrantes e são demonstradas nos vistos de controle, cada vez mais necessários para conter os indesejados. Entretanto, os migrantes com melhores condições financeiras, como os coreanos no início da migração, dispõe de recursos e formam redes de apoio que facilitam os deslocamentos e a estabilidade em outros países.

O tempo, espaço e a distância para demonstrar como o movimento dos turistas ao redor do mundo e ao longo de suas vidas pode estabelecer um ponto de desfoque entre o limite de outras formas de mobilidade temporária, como a migração e as viagens a trabalho
TOURISM: Rethinking the social science of mobility
Colin Michael Hall, 2005
Tourism: Rethinking the social science of mobility
Colin Michael Hall, 2005

O migrante é visto como o outro dentro das comunidades receptoras desempenhando um papel cada vez mais considerável na atividade econômica e cultural das cidades, no desenvolvimento e promoção dos bairros étnicos, como a mais conhecida e difundida Chinatown.
MY FIELD IS THE WORLD: CONCEPTUALIZING DIASPORAS, TRAVEL AND TOURISM
Tim Coles; Dallen J. Timothy - 2004
Cultural hegemony and the race-definition process in Chinatown
Kay J. Anderson, 1998

As formas e as funções do turismo nos enclaves étnicos urbanos que foram criados para o turismo.
Tourism and the growth of urban ethnic islands
Dallen Thimoty, 2002
Tourism and the growth of urban ethnic islands
Dallen Timothy, 2002

Delineia as limitações do conhecimento atual entre as mobilidades, viagem, lazer e as migrações pelas lentes do estilo de vida das mobilidades, ou seja, as "zonas cinzas" em que se encontram essas categorias.
LIFESTYLE MOBILITIES: T Crossroads of Travel,
Leisure and Migration
Scott A. Cohen; Tara Ducan; Maria Thulemark - 2015
Lifestyle mobilities: The crossroads of travel, leisure and migration
Scott A. Cohen; Tara Duncan; Maria Thulemark

Os limites das fronteiras se desenham pelas ilegalidades jurídicas e os regimes de patrulhamento, os quais estão aptos a escolher quem é mais ou menos deportável.
Border struggles in the migrant metropolis
Nicholas de Genova, 2015
Border struggles in the migrant metropolis
Nicholas de Genova, 2015

Os turistas se demoram ou se movem segundo o desejo de seus corações. Abandonam o local quando novas oportunidades não experimentadas acenam em outra parte. Os vagabundos, porém, sabem que não ficarão por muito tempo, por mais intensamente que desejem, uma vez que em lugar nenhum em que parem são bem-vindos [...] (p. 117-118).
O MAL-ESTAR NA PÓS MODERNIDADE
Sygmund Bauman - 1999
O mal estar da pós modernidade
Sygmund Bauman, 1999

A etnicidade de grupos de migrantes que vivem nos centros urbanos como atrativo turístico para atrair turistas e visitantes.
TOURISM, MIGRATION AND PLACE ADVANTAGE IN THE GLOBAL CULTURAL ECONOMY
Jan Rath - 2007
Tourism, migration and place advantage. Tourism, Ethnic Diversity and the City
Jan Rath; Cohen Michael Hall, 2007

Nos distritos urbanos identificados por um grupo étnico, frequentemente esses grupos que vivem, trabalham e de certas formas protegem seus elementos culturais, podem se tornar potenciais atrativos de visitantes.