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As formas de mobilidade e o turismo contemporâneo ilustram as vidas móveis dos indivíduos. As nuances que existem nas mobilidades contemporâneas explica - pelo ao menos em parte - o fenômeno turístico, porque o turismo é estudado de maneira limitada, com maiores atenções a suas vertentes econômicas ou operacionais (ALLIS,2016).

De maneira contundente, implica reconhecer que “as mobilidades, tanto quanto metáfora, quanto como processo, estão no coração da vida social e, por isso, deveriam ser centrais numa análise sociológica” (Urry, 2007: 49). Urry (2000) assume que viajar parece ser algo “sempre necessário” na vida familiar, a lazer, pelas amizades, bem como para o trabalho ou por segurança.

Por isso, deve-se entender o sentido das diversas formas de mobilidades, onde todos os indivíduos e não somente turistas fazem parte dessa prática. A partir dessa premissa o turismo, que é uma forma de mobilidade temporária porque se rege pelo retorno a sua origem, deve ser entendido de forma mais abrangente.

Edensor (2007) chama de “mobilidades mundanas” as práticas e performances dos turistas que viajam e “carregam hábitos cotidianos e respostas nas suas bagagens”, já que, apesar de pretenderem, dificilmente conseguem “transcender o seu dia-a-dia” quando fora de casa (Edensor, 2007: 200).

 

Assim, diferente da busca real pelo diferente (ou estranhamento), em geral, o turismo se dá pela reprodução das familiaridades, em lugares diferentes dos habituais, ainda que de maneira alegórica, lúdica – mas quase sempre seguras, naquilo que Bauman (1998) chama de “cotidiano domesticado”.
 

© 2018 by Eanne P. Leite. Todos os direitos reservados.

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